26 de Maio de 2022

Como o sistema de créditos no Novo Ensino Médio funciona?

O Novo Ensino Médio traz diversas mudanças para a estrutura educacional brasileira, especialmente se analisarmos o objetivo de aproximar os alunos das transformações do mercado de trabalho. Uma das formas encontradas para fazer isso e possibilitar uma formação mais atualizada é com a implementação do sistema de créditos.

Entenda o sistema de créditos no Novo Ensino Médio

O primeiro passo para entender o sistema de créditos é a definição do “crédito” para esse novo formato: crédito equivale à presença do aluno durante a aula.

Cada aula equivale a um crédito e, consequentemente, cada disciplina tem uma quantidade específica de créditos a serem obtidos para o aluno concluir a matéria. A mesma lógica se aplica ao Ensino Médio como um todo, que poderá ser concluído apenas se o estudante obter os créditos para a formação nesse nível de ensino. 

É um modelo semelhante ao utilizado no Ensino Superior e abre a possibilidade da matrícula ser realizada por componente curricular (ou seja, por disciplina). E essa característica também muda o conceito de que o Ensino Médio precisa ser concluído em três anos. Se o aluno necessitar de um tempo maior, não haverá impedimento.

Sistema de créditos pode ser aliado contra evasão escolar

Não é incomum encontrar estudantes que tiveram que parar o Ensino Médio por conta da necessidade de ingressar no mercado de trabalho. 

Com o sistema de créditos, o aluno que estiver nessa situação não precisará abandonar a escola, pois terá acesso às disciplinas que não conseguiu cursar após o prazo “tradicional”. Se ele continuar estudando e obter os créditos da disciplina, conseguirá se formar. 

Com isso, a medida é uma aliada no combate à evasão escolar. Isso porque o sistema de créditos possui outra particularidade: o aluno que não conseguir obter os créditos mínimos em determinada disciplina, pode recuperá-la depois e não precisa repetir a série inteira novamente (inclusive nas matérias que foi aprovado). 

Diferente do que acontece no sistema tradicional, no qual a reprovação em uma única disciplina significa a “perda” de um ano completo de estudos. 

Novo sistema será organizado por semestres e módulos

Outra mudança será a organização do Ensino Médio, que não seguirá mais a estrutura anual. No novo formato, a semestralidade será estimulada, até mesmo pela maior facilidade na integração com o sistema de créditos. 

Essa é mais uma semelhança com o Ensino Superior, no qual cada ano é composto por dois semestres. Para se formar, os alunos podem acumular os créditos dos componentes curriculares nesses seis semestres. 

Já os módulos funcionam como uma espécie de “guarda-chuva” para estruturar os componentes curriculares. Assim, a escola pode optar por organizar as disciplinas em um módulo específico - como o BNCC e que terá sua respectiva carga de créditos - e o aluno terá que cumprir essa carga horária para “se formar” neste módulo. 

Como funciona a reprovação?

O sistema de créditos parece bem simples de ser entendido. Mas, uma dúvida comum é como será feita a reprovação nesse novo formato. Normalmente, duas questões são analisadas para reprovar um aluno: faltas nas aulas e seu desempenho por meio da avaliação das notas. 

Sobre os créditos - que, como já apontamos, considera a presença do aluno em sala de aula - já foi explicado que se o aluno não conseguir obter a quantidade necessária em alguma disciplina, ele poderá fazer isso posteriormente e somente no componente curricular em que foi reprovado. 

Entretanto, se o aluno tiver os créditos de uma disciplina mas falhar no desempenho, ele poderá usar parte da carga horária dos itinerários formativos para melhorar as suas notas. O principal objetivo é trabalhar a necessidade individual do aluno com estratégias de correção ao longo dos semestres, sem estimular a desmotivação que é “ficar para trás”. 

Créditos poderão ser aproveitados no Ensino Superior

Outra possibilidade interessante é que, nas instituições que adotam o sistema, os créditos das disciplinas podem ser reaproveitados no Ensino Superior. Assim, nenhum tempo de estudo é “perdido” e o aluno pode reduzir a carga horária do curso escolhido. 

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