Novo Ensino Médio: entenda o que muda a partir de 2022

O Novo Ensino Médio passa a valer a partir de 2022 nas escolas públicas e privadas de todo o país, com alterações na grade curricular, aumento de horas letivas anuais, entre outras mudanças. Este formato foi aprovado em uma lei de 2017 e será implantado gradativamente.

A proposta do Novo Ensino Médio surgiu para melhorar o desempenho dos estudantes e ajudar a combater as altas taxas de abandono, reprovação, atraso escolar e falta de alinhamento às necessidades do mundo contemporâneo.

De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, apenas 65,1% dos brasileiros concluíram o Ensino Médio na idade esperada, até os 19 anos. Entre a população mais pobre, esse percentual chega a 51,2%.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), em 2016, 28% dos estudantes de Ensino Médio encontravam-se com mais de 2 anos de atraso escolar e 26% dos estudantes abandonaram a escola ainda no primeiro ano.

Além disso, 12% dos brasileiros com idades entre 15 e 17 anos estão fora das salas de aula e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) ficou estagnado nos últimos anos, mantendo-se abaixo das metas estabelecidas.

O que é o Novo Ensino Médio?

O Novo Ensino Médio institui um modelo de aprendizagem dividido por áreas do conhecimento, seguindo os referenciais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e possibilita aos estudantes optarem por uma formação técnica e profissionalizante.

O objetivo é considerar o desenvolvimento do protagonismo dos estudantes e de seu projeto de vida, aumentando a conexão entre os jovens e a escola e preparando-os para o mercado de trabalho.

Na prática, a norma aumenta a carga horária do Ensino Médio e flexibiliza o currículo, permitindo aos alunos escolherem parte do que vão estudar.

Assim, uma fração da carga horária será comum a todos os estudantes, com as matérias tradicionais, e ao menos 40% serão dedicados aos itinerários formativos, que os alunos poderão escolher de acordo com seus interesses e planos para o futuro.

O que muda com o Novo Ensino Médio?

• Mudança na grade curricular

O novo formato define quatro áreas do conhecimento que contemplam todos os componentes curriculares, assim como já é feito no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio):

• Linguagens e suas Tecnologias;
• Matemática e suas Tecnologias;
• Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
• Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

As redes de ensino poderão organizar seus currículos de modo que os componentes de uma mesma área sejam trabalhados de forma integrada, como Linguagens e Ciências Humanas, por exemplo.

Disciplinas como matemática e português continuarão sendo obrigatórias, enquanto as demais serão agrupadas nessas quatro áreas do conhecimento que compõem os itinerários formativos.

• Itinerários formativos

Os itinerários formativos são uma das principais mudanças do novo formato e consistem no conjunto de unidades curriculares ofertadas pelas escolas, possibilitando aos estudantes aprofundarem seus conhecimentos em determinado tema.

Os itinerários podem estar organizados por área do conhecimento e formação técnica e profissional ou integrar diferentes áreas, competências e habilidades.

Portanto, os alunos poderão cursar um ou mais itinerários formativos, de modo simultâneo ou sequencial, de acordo com seu projeto de vida e dependendo da oferta das instituições, que terão autonomia para definir os currículos e formatos.

As escolas podem oferecer as aulas já a partir deste ano, mas só serão obrigatórias em 2023 e, por lei, cada instituição deve oferecer no mínimo duas opções para que o aluno possa escolher.

• Aumento na carga horária

Com o Novo Ensino Médio, o tempo de aula que era de 4 horas por dia, em média, passará a 5 horas por dia já a partir de 2022.

Assim, ao final do ano, os alunos terão cumprido mil horas letivas anuais, um aumento de 200 horas em comparação com o modelo anterior.

No total, há um aumento para 3.000 horas durante os três anos do Ensino Médio, garantindo 1.800 horas para a formação básica (de acordo com os conhecimentos previstos na BNCC) e o restante para os itinerários formativos.

Assim, a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é que as escolas passem a oferecer ensino em período integral até 2024.

• Projeto de vida

O projeto de vida é outra mudança que tem o objetivo de colocar o aluno como protagonista do próprio aprendizado. 

Este componente transversal deverá ser oferecido pelas escolas para ajudar os jovens a entenderem suas aspirações, desenvolvendo habilidades específicas e preparando-se para o futuro.

Na prática, é uma forma de orientação que se reflete na escolha das eletivas que o estudante irá cursar.

Essas mudanças do Novo Ensino Médio devem ser implantadas gradativamente até 2024 e terão um impacto significativo na gestão educacional.

Confira nosso artigo e conheça 4 ferramentas de gestão escolar para organizar seu ano.