07 de Outubro de 2021
Quais competências devem ser desenvolvidas pelo gestor escolar
Ao longo do tempo, a educação mudou e os profissionais também. Com isso, professores, gestores escolares e diretores precisaram desenvolver competências e habilidades relacionadas à liderança e comunicação com os alunos visando aprimorar cada vez mais a qualidade do ensino na instituição.
Essas mudanças estão representadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), voltada aos estudantes, e na Base Nacional Comum de Formação Docente, dedicada aos professores. Porém, ainda não há diretrizes consolidadas para guiar o desenvolvimento das competências dos gestores escolares.
Em 2021, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou o texto da Base Nacional de Competências do Diretor Escolar, que ainda precisa ser homologada pelo Ministério da Educação (MEC).
O documento foi elaborado por profissionais da educação de todo o país a partir de uma pesquisa com as instituições de ensino.
Assim, o objetivo é que o material seja utilizado como base para que as redes de ensino, estados e municípios possam avançar em sua política de desenvolvimento de lideranças, incentivando a evolução nas políticas de formação, seleção e apoio dos profissionais da gestão escolar.
Competências gerais do gestor escolar
O texto do documento teve como base dois relatórios internacionais: Activating Policy Levers for Education 2030, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e School Leadership for Learning: Insights from TALIS 2013, publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Assim como a BNCC e a BNC de Formação Docente, a Matriz de Competências Gerais do Diretor Escolar também estabelece 10 itens que envolvem a parceria com as famílias e a comunidade escolar, o gerenciamento de recursos para garantir a organização escolar, o compromisso com a formação continuada dos professores e com o cumprimento da BNCC.
Para isso, define 10 competências gerais que se desdobram em 17 competências específicas e quatro dimensões:
- Político-institucional;
- Pedagógica;
- Administrativo-financeira;
- Pessoal e relacional.
A partir dessas informações, o objetivo é que o documento possa estabelecer parâmetros e referências para as políticas que norteiam o trabalho e a formação dos gestores escolares.
Já as competências gerais listadas no documento são:
- Coordenar a organização escolar nas dimensões político-institucional, pedagógica, pessoal e relacional, e administrativo-financeira, desenvolvendo ambiente colaborativo e de corresponsabilidade, construindo coletivamente o projeto pedagógico da escola e exercendo liderança transformacional e focada em objetivos bem definidos.
- Configurar a cultura organizacional em conjunto com a equipe, incentivando o estabelecimento de ambiente escolar organizado, e produtivo, concentrado na excelência do ensino e aprendizagem e orientado por altas expectativas sobre todos os estudantes.
- Comprometer-se com o cumprimento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o conjunto de aprendizagens essenciais e indispensáveis a que todos os estudantes, crianças, jovens e adultos têm direito, valorizando e promovendo a efetivação das Competências Gerais da BNCC e suas competências específicas, bem como demais documentos que legislam a educação brasileira.
- Valorizar o desenvolvimento profissional de toda a equipe escolar, promovendo formação e apoio com foco nas Competências Gerais dos Docentes, assim como nas competências específicas vinculadas às dimensões do conhecimento, da prática e do engajamento profissional, conforme a BNC-Formação Continuada, mobilizando a equipe para uma atuação de excelência.
- Coordenar o programa pedagógico da escola, aplicando os conhecimentos e práticas que impulsionem práticas exitosas, pautando-se em dados concretos, incentivando clima escolar propício para a aprendizagem, realizando monitoramento e avaliação constante do desempenho dos estudantes e engajando a equipe para o compromisso com o projeto pedagógico da escola.
- Gerenciar os recursos e garantir o funcionamento eficiente e eficaz da organização escolar, realizando monitoramento pessoal e frequente das atividades, identificando e compreendendo problemas, com postura profissional para solucioná-los.
- Ter proatividade na busca de diferentes soluções para aprimorar o funcionamento da escola, com espírito inovador, criativo e orientado para resolução de problemas, compreendendo sua responsabilidade perante os resultados esperados e sendo capaz de criar o mesmo senso de responsabilidade na equipe escolar.
- Relacionar a escola com o contexto externo, incentivando a parceria entre a escola, famílias e comunidade, mediante comunicação e interação positivas, orientadas para o cumprimento do projeto pedagógico da escola.
- Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza, para promover um ambiente colaborativo nos locais de aprendizagem.
- Agir e incentivar pessoal e coletivamente, com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência, a abertura a diferentes opiniões e concepções pedagógicas, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivo, sustentáveis e solidários, para que o ambiente de aprendizagem possa refletir esses valores.
Para saber mais sobre as mudanças na educação e as competências gerais do gestor escolar, confira nosso texto sobre o impacto da transformação digital no ambiente educacional.