Conheça 5 modelos de educação que colocam o aluno como protagonista

Aulas expositivas, alunos fazendo anotações no caderno e provas para avaliar o conhecimento são parte do modo tradicional de ensino, considerado cada vez mais ultrapassado. Com as novas tecnologias e teorias educacionais, surgem novos modelos de educação que estão ganhando espaço nas salas de aula do Brasil e do mundo.

Enquanto o modelo tradicional de ensino e aprendizagem cria um sistema de hierarquização e utiliza metodologias de memorização e fixação de conteúdo, os novos modelos de educação são mais dinâmicos e colocam os alunos como protagonistas do próprio aprendizado.

Com essas mudanças, o professor deixa de lado o papel de reprodutor do conteúdo e torna-se um mediador ou facilitador do conhecimento. Com o apoio da tecnologia, a ideia é que o docente auxilie na construção do aprendizado em vez de somente ensinar.

Conheça os modelos mais utilizados no Brasil e no mundo:

1 - Sala de aula invertida

Seguindo o princípio de fazer os alunos serem ativos nos seus processos de aprendizagem, este modelo inverte a ordem e a forma da construção de conhecimento. 

Na sala de aula invertida, o aluno tem acesso prévio a um material preparado sobre o assunto que será discutido. 

Assim, na hora da aula, o estudante já tem uma base sobre o conteúdo e pode tirar dúvidas com os colegas e o professor, participar de discussões ou realizar trabalhos em grupo. 

A principal vantagem deste modelo é que o estudante assume um papel ativo sobre a própria educação e pode se aprofundar no conteúdo em seu próprio ritmo, encontrando a maneira de estudar que melhor funciona para cada um. 

Na sala de aula o professor assume um papel de tutor, ficando livre para circular pelo local e ajudar os estudantes em seus processos individuais de aprendizagem.

2 - School in The Cloud (SITC)

Este modelo de educação surgiu na Índia, quando um professor disponibilizou um computador para as crianças que nunca tinham lidado com a tecnologia e deixou que elas aprendessem sozinhas como utilizá-lo. 

Assim, as crianças aprenderam de forma intuitiva e colaborativa – conceitos que podem ser reproduzidos ao construir outros tipos de conhecimento. 

O modelo School in The Cloud, portanto, propõe o aprendizado através da experiência prática dos alunos em contato com o objeto estudado, tornando o professor um mediador e orientador desse processo. 

Na prática, os alunos são divididos em grupos e o conteúdo é apresentado por meio de perguntas disparadoras, que irão guiar as discussões entre o grupo e fazer com que cheguem, sozinhos, a uma solução. 

Depois, os grupos apresentam suas respostas e toda a sala discute os resultados, em uma discussão mediada pelo docente. 

Com isso, as crianças e adolescentes desenvolvem autonomia e pensamento crítico em um modelo que estimula a troca entre os alunos e a descoberta por meio da intuição. 

Os estudantes que estão em um nível mais avançado ajudam os colegas em um trabalho colaborativo em equipe, encorajados por um mistério a ser desvendado.

3 - Currículo flexível

O currículo flexível permite que o aluno tenha contato com uma ou mais áreas de interesse e determine suas preferências sobre o que vai aprender. 

Com este modelo, é possível estimular a independência dos estudantes, valorizar suas escolhas e aumentar a motivação com relação ao aprendizado. 

No Brasil, este modelo está sendo aplicado na prática com a atual Reforma do Ensino Médio, que foca nas diferenças e interesses individuais do aluno, dividindo as disciplinas em obrigatórias e eletivas. 

As disciplinas obrigatórias são as que compõem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e são consideradas essenciais para o processo de formação do aluno. 

Já as disciplinas eletivas proporcionam uma formação extracurricular, indo além das disciplinas básicas e oferecendo atividades multidisciplinares. 

Com isso, o aluno tem maior autonomia sobre seu aprendizado e estimula seu interesse sobre as áreas que deseja se aprofundar, respeitando também o tempo de cada um, pois permite a escolha de turmas mais ou menos avançadas, de acordo com seu nível de conhecimento.

4 - Modelo STEAM

Baseado nas produções e pesquisas científicas das universidades, o modelo STEAM propõe a realização de projetos interdisciplinares, trabalhando com várias áreas do conhecimento de uma só vez. 

O nome vem da sigla para Science, Technology, Engineering, Arts e Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, na tradução) e, nele, os alunos são estimulados a resolverem problemas e construírem seus próprios métodos de pesquisa e aprendizagem. 

Para isso, o modelo parte da construção do conhecimento por meio da prática e reflexão crítica sobre o que está sendo observado e o professor atua como mediador das aulas, fornecendo as ferramentas necessárias para o desenvolvimento da produção dos alunos. 

Nas aulas, os alunos precisam pesquisar e descobrir novos conteúdos, descobrindo na prática como utilizá-los em uma tarefa. 

Esse modelo, portanto, estimula a autonomia e viabiliza a aprendizagem prática dos conteúdos, facilitando a fixação e oferecendo uma nova forma de produzir conhecimento baseado na ciência.

5 - Educação democrática

A educação democrática está relacionada ao poder de decisão dos alunos com relação ao próprio futuro na instituição de ensino. 

Neste modelo, os estudantes, professores e a comunidade escolar participam das decisões sobre a escola e tornam-se responsáveis pelo próprio futuro e pelo de seus colegas. 

Com isso, os estudantes desenvolvem maior satisfação e motivação para estudar, já que veem os resultados práticos das suas ações, ajudando-os a desenvolver um senso crítico além do que é proposto em sala de aula. 

Este modelo é focado no diálogo e na autonomia dos sujeitos, bem como na integração da escola com a comunidade em que está localizada. 

Ao estimular a autonomia e a responsabilidade social, este modelo ajuda no desenvolvimento de cidadãos críticos e atuantes na sociedade, respeitando suas próprias questões e as do outro.

Com o tempo, novos modelos de educação estão surgindo e se popularizando, principalmente com a utilização da tecnologia como facilitadora do processo de ensino e aprendizagem.

Dessa forma, as instituições de ensino que investirem na transformação digital e na atualização de seus métodos têm mais chance de se destacar da concorrência e conquistar novos alunos. Confira nosso artigo e saiba mais sobre o impacto da tecnologia no ambiente educacional.