27 de Maio de 2022

Ensino remoto: quais as lições aprendidas?

Ensino Remoto - Como isso mudou sua instituição? 

O ensino remoto foi uma surpresa para as escolas no início da pandemia, afinal, as aulas sempre foram totalmente presenciais, e mesmo que algumas instituições utilizassem algumas tecnologias para auxílio, nenhuma delas era usada 100% do tempo.

Por isso, quando o distanciamento social virou uma realidade, a adaptação de toda equipe pedagógica, corpo docente, alunos e familiares tornou-se um processo árduo e bastante trabalhoso para ambas as partes.

Agora, com o avanço das vacinações e fim do pico da COVID-19, podemos perceber que, para além dos desafios, o ensino remoto nos deixou grandes ensinamentos e transformou o formato de aula presencial.

Afinal, tanto os alunos quanto os professores, se beneficiaram com o uso constante de práticas tecnológicas e vivem um pós pandemia com lições aprendidas e novas missões a serem cumpridas. 

Podemos dizer que o mundo não é mais o mesmo - e o ensino também não! Quer saber quais lições são essas? Leia o artigo completo!

O que é o ensino remoto?

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O ensino remoto é todo conteúdo escolar produzido e disponibilizado online, com aulas em tempo real e adaptados do ensino presencial. Basicamente, é uma transferência da sala de aula para a tela dos dispositivos

Até o início da pandemia, o mais próximo que conhecíamos de ensino remoto era o EAD (ensino à distância), que é bem diferente da realidade que vivemos durante o isolamento social. 

A principal diferença entre os dois é que o ensino a distância é totalmente projetado para ensinar sem precisar de práticas presenciais - o que não deu tempo de fazer com o ensino remoto.

Afinal, o ensino remoto, geralmente, tem caráter emergencial e é utilizado para não acontecer atrasos no progresso escolar e para o cumprimento do ano letivo - tanto para ensino básico quanto para universitários.

Contudo, se for para utilizar de maneira corriqueira, é preciso investir em suporte para os alunos, disponibilizando materiais para que o aluno possa manter a qualidade das aulas presenciais.

Por conta dessa diferença é que podemos notar tamanha dificuldade com o início das aulas remotas e adaptação de todos os envolvidos nesse processo. Entretanto, passamos tanto tempo inseridos neste modelo que foi possível elaborar estratégias inteligentes para o aprendizado. 


Ensino remoto e pós pandemia: o que aprendemos?

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Uma das maiores lições da necessidade repentina de aderir o ensino remoto, com certeza, foi um assunto já especulado há muito tempo: as instituições de ensino precisam aderir à tecnologia em sala de aula. 

E, essa aderência vai além dos desafios práticos vividos durante os dois últimos anos, como o novo modelo de sala de aula, os desencontros online e falta de ferramentas das escolas, por exemplo. 

É muito mais complexo: a entrega dos alunos e o efeito das aulas foram bem diferentes enquanto os estudantes estavam em suas casas. Sendo assim, entendemos ser preciso enraizar as novas tecnologias no âmbito escolar para alcançar os jovens efetivamente.

Sendo assim, com as novas ferramentas, os sites diferenciados e os estudos sobre metodologias ativas, os professores puderam repensar o modelo de aula, não só online, como presencial também. E, esses conceitos foram tão relevantes que muitos docentes veem grandes vantagens no ensino híbrido, por exemplo. 

Além disso, outra mudança na rotina escolar tornou possível a implementação de novas tecnologias na educação: o Novo Ensino Médio

Com seu itinerário diferente e os projetos de vida previstos na BNCC, a utilização de componentes tecnológicos ficou mais fácil e possibilitou novos caminhos para incorporar esses temas no currículo escolar. 

Dessa forma, as novas tecnologias e até mesmo as novas profissões advindas desse meio auxiliaram os alunos a se prepararem da melhor forma para o futuro, visando o desenvolvimento de habilidades e competências — que hoje são essenciais — e baseando-se no mundo como ele é agora, e não como costumava ser.

Outro ponto importante, foi a análise da relação dos jovens com a internet. Enquanto 57% utilizam a rede de computadores diariamente para suas pesquisas, leitura, conversação, lazer (assistir filmes ou séries) e participam ativamente, mesmo que como espectadores, outros 33% não têm computadores ou tablets em casa.

Esse mesmo grupo que compõe 33% dos jovens estudantes, mostra que 19% acessam a internet exclusivamente pelo celular. Mas, quando o assunto é escola particular, o número cai para apenas 3%.

Sendo assim, a nova realidade também evidenciou a desigualdade em termos de acesso às tecnologias — outro grande problema durante a aderência ao ensino remoto, principalmente em escolas públicas.

Levando esses números em consideração, é possível notar como a estrutura física das escolas é importante para os adolescentes. Afinal, boa parte deles aproveitam esses espaços para utilizarem dispositivos que não possuem em casa. 

Por esse motivo, é tão complexo o avanço tecnológico dentro das escolas. Com toda certeza a resposta para esse problema não é simples. Por isso, é importante que os professores entendam a realidade que estão inseridos, e incorporem assuntos ligados à tecnologia de maneira que funcione — e não atrapalhe. 

Porém, ainda é extremamente importante que as políticas públicas tragam a tecnologia para a escola, mesmo com o ensino remoto já finalizado. Afinal, em muitos países, o acesso à internet é um direito básico, e quando avaliamos os cenários, podemos entender porquê: ela é fonte de conhecimento. 

Mas, e para a gestão? O que o ensino remoto nos ensinou?

Enquanto os professores tiveram que implementar novos temas e métodos de ensino em suas aulas durante e depois do ensino remoto, a gestão escolar teve que se reinventar de várias maneiras.

Muito mais do que se preparar para as adversidades futuras, para a gestão foi essencial contar com automação de processos. Até mesmo as escolas menores e com pouca aderência de ferramentas tecnológicas de gerenciamento tiveram que apostar em novas formas de administrar.

Seja com software de gestão educacional, novas plataformas para realização de provas e aulas, investimento em marketing educacional ou até mesmo a descoberta de novos meios de comunicação com professores e alunos, uma coisa mudou: a equipe educacional percebeu a importância de automatizar processos e contar com a tecnologia.

Agora, com a volta das aulas presenciais, é possível notar o quanto a abertura das instituições para esses avanços colaborou para a excelência das aulas, afinal, a tecnologia permite que a gestão tenha tempo para se dedicar ao ensino. 

Por fim, ainda existem muitos ensinamentos e novos hábitos criados pelo período de ensino remoto e que vamos analisar com o tempo, em meio às novas vivências e durante o novo normal. 

O mais importante é sempre avaliar os períodos — mesmo que turbulentos — visando o que há de melhor dentro deles, aprendendo novas lições e com olhar crítico para que o futuro da educação seja sempre mais promissor.

 

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