Como a gestão pode evitar casos de evasão escolar

A evasão escolar é um problema social muito presente na realidade brasileira. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Educação, cerca de 8,8 milhões de brasileiros entre 18 e 29 anos não terminaram o ensino médio e não frequentam nenhuma instituição de educação básica.

Apesar do ensino médio ser a etapa de ensino com os maiores índices de desistência, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) demonstram que quase 400 mil crianças e jovens de 6 a 14 anos não estavam frequentando a escola em 2023, atingindo o recorde histórico de abandono escolar no ensino fundamental.

O período de pandemia de Covid-19 e as dificuldades econômicas e logísticas enfrentadas por todo o setor de educação para a manutenção do ensino em meio ao distanciamento social, também foram circunstâncias que agravaram a situação, resultando em um aumento de 171% na evasão escolar de crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos no segundo trimestre de 2021.

A falta de educação básica gera grandes impactos na vida pessoal, gerando problemas como falta de oportunidades no mercado de trabalho, baixa autoestima e vulnerabilidade social. Quando encaramos esses impactos dentro do cenário nacional, podemos observar como a evasão escolar contribui para a perpetuação de desigualdades sociais e econômicas. Além dos efeitos negativos no desenvolvimento do país, com a perda de talentos que contribuem na inovação na área tecnológica, científica e social.

Mesmo sendo um problema social de grandes dimensões, que exige esforços de gestão pública, instituições e escolas também desempenham um papel essencial na construção e aplicação de estratégias para combater a evasão escolar. Acompanhe neste artigo algumas ações que as escolas podem tomar para garantir o acesso e a permanência dos alunos na educação básica.

Estratégias para combater a evasão escolar

A evasão escolar ocorre quando o estudante deixa a escola sem concluir uma etapa de ensino. No entanto, outros fenômenos similares também despertam a preocupação de gestores como o abandono escolar, que se refere aos alunos que deixam de frequentar a escola por um período prolongado e mudanças frequentes de escola, que podem, ou não, ocasionar em casos de evasão. Entre as principais causas da evasão escolar no Brasil, ressaltamos:

• falta de interesse e motivação pelos estudos;

• problemas de saúde;

• problemas financeiros;

• dificuldades de aprendizagem;

• gravidez na adolescência;

• trabalho infantil;

• violência escolar ou bullying

• violência doméstica;

• distância entre a escola e a residência.

Diante de um problema que afeta a sociedade como um todo, a legislação brasileira também conta com leis e projetos que visam combater a evasão escolar. No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por exemplo, o acesso à educação está garantido como um direito fundamental, determinando como responsabilidade dos pais ou responsáveis legais a matrícula de seus filhos na rede regular de ensino. Além desse direito ser protegido pela Constituição Federal, outros esforços como as renovações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que estendeu a obrigatoriedade da educação básica a partir da educação infantil e incluindo também o ensino médio.

Mesmo sendo um fenômeno que atinge todo o país e que pode ser motivado por situações tão diversas, todos os envolvidos no processo educativo devem se envolver e colocar em prática estratégias que podem auxiliar na prevenção e no combate à evasão escolar. Confira algumas das principais ações que podem ser tomadas pelas escolas e Instituições educacionais:

1. Identifique as principais causas de evasão

O passo inicial para o desenvolvimento de um plano efetivo, é a investigação sobre as possíveis causas da evasão escolar na instituição. Para isso, levante informações centrais como o número de evasões, em qual etapa de ensino e período do ano letivo ela ocorre com maior frequência, a faixa etária dos alunos que deixam a instituição e as razões apresentadas pelos estudantes para justificar a evasão.

Junto a esse processo, é importante que a instituição reúna gestores, professores e todo o grupo de profissionais atuantes para realizar um diagnóstico transparente, que possibilite a identificação de lacunas e problemas internos que possam contribuir para a evasão escolar.

2. Estreite o relacionamento da escola com as famílias

O processo de aprendizagem não ocorre de maneira isolada dentro dos muros da instituição. Como citamos anteriormente, o ECA designa aos pais e responsáveis legais a responsabilidade sobre a matrícula e frequência dos alunos menores de idade na rede regular de ensino. Para isso, é essencial que escolas e instituições de ensino mantenham uma relação próxima com a família dos alunos. Manter um diálogo contínuo e aberto sobre o desempenho do aluno e sobre os projetos adotados na instituição por meio de informes, reuniões e eventos, fortalecem o vínculo entre os responsáveis e a escola, promovendo melhorias na aprendizagem dos alunos e fortalecendo seu compromisso com a conclusão dos estudos. 

3. Avalie o projeto pedagógico

A falta de interesse e identificação com o programa de disciplinas e metodologias trabalhadas em sala de aula afetam negativamente a relação dos estudantes com a vida escolar, sendo uma das principais motivações para a evasão escolar. 

A análise e reavaliação do projeto pedagógico deve levar em consideração os processos de aprendizagem dos alunos, as dificuldades apresentadas, suas vivências e realidades. 

Os esforços para abranger as particularidades dos estudantes, torna o processo de aprendizagem mais significativo, aumentando seu engajamento e compromisso com a escola.

4. Adote práticas anti-bullying

Além de um currículo que desenvolva e estimule as habilidades acadêmicas, cognitivas e práticas, é importante que o ambiente escolar promova meios de desenvolver as habilidades socioemocionais dos estudantes, para a convivência e resolução de conflitos.

De acordo com os dados do relatório de 2019 publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 14,8% dos estudantes brasileiros entre 13 e 15 admitiram faltar às aulas por não se sentirem protegidos dentro e fora do ambiente escolar, e outros 7,4% foram vítimas de bullying.

O bullying é caracterizado por atos de intimidação e violência física ou psicológica no ambiente escolar. Esse grande desafio para gestores e profissionais da educação é uma das grandes motivações da evasão escolar no país e deve ser combatido com estratégias de acolhimento psicológico e emocional, de todas as partes envolvidas.

5. Invista em inovação

Com o acesso à tecnologia e à internet cada vez mais presente na rotina de crianças e adolescentes, sua incorporação nas estratégias de ensino é uma ótima maneira de despertar o interesse dos alunos sobre os temas propostos, e motivá-los a continuar seu processo de aprendizagem. Além de promover o uso das tecnologias digitais como suporte e meio de aprendizagem das áreas de conhecimento, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) inclui também o desenvolvimento de competências e habilidades para que os estudantes tenham um uso crítico e responsável dessas mídias.

O uso da tecnologia na gestão interna da instituição também fornece ferramentas valiosas para a permanência de estudantes, facilitando o acompanhamento próximo do desempenho e frequência dos alunos.

Com o Mannesoft Prime é possível gerenciar de forma integrada diferentes polos educacionais e a adaptabilidade ao ensino à distância o tornam um aliado valioso para instituições que buscam abraçar inovações tecnológicas e enfrentar os desafios educacionais do século XXI.

Siga-nos no LinkedIn e continue acompanhando nosso blog, contamos com diversos artigos sobre educação, tecnologia e gestão escolar.